Antes de começar este texto, vou resumi-lo: o Advogado Criminalista do futuro já é necessário na atualidade. As características desse profissional já são inerentes a quem pretende destacar-se no concorridíssimo mercado jurídico.
Entretanto, se agora essas características já são importantes para ocupar uma posição de destaque, é provável que brevemente se transformem em habilidades vitais para os Advogados, incluindo os que militam na área criminal.
Obviamente, não tenho o objetivo de destacar todas as características desejáveis, porque elas seriam muitas: ética, respeito, capacidade de falar bem em público, combatividade, atendimento personalizado etc. Neste texto, trato apenas de duas características que contrastam com as de muitos Advogados da atualidade.
1. Ser mais cooperativo.
O Advogado Criminalista deve ser mais cooperativo e menos individualista. Portanto, deve entender que a lógica do mercado jurídico não é afastar concorrentes, mas sim atrair parceiros e novos clientes (inclusive outros Advogados), assim como formar aprendizes.
Destarte, o Advogado Criminalista do futuro não sobreviverá no mercado se for egoísta como Advogados de tempos passados. Precisará aprender a cooperar, compartilhar informações relevantes com seus colegas, dedicar algum tempo a trabalhos voluntários, participar da formação de profissionais menos experientes e outras atividades que são próprias dessa era de democratização das informações.
Nesse ponto, também será necessário que as instituições representativas da Advocacia, sobretudo a OAB, passem a defender seus membros com maior ênfase, o que significa uma espécie de cooperação institucional. Infelizmente, a Advocacia parece ser a classe mais desunida no mundo jurídico. Basta ver como algumas instituições públicas são fortemente corporativistas na defesa de seus associados, enquanto os Advogados, se quiserem receber algum apoio institucional, precisam ter alguma aproximação política.
Para que as instituições relacionadas à Advocacia sejam mais proativas em favor de seus membros, será necessário que seus diretores, normalmente com décadas de profissão, sejam substituídos ou aprendam o valor da cooperação com os jovens que cresceram em uma cultura do compartilhamento.
De qualquer forma, acredito que, mesmo com o aumento significativo da quantidade de Advogados, a competitividade dará lugar à cooperação. Se isso não ocorrer de forma planejada, será como necessidade, porque a Advocacia dependerá da união para sobreviver.
Em um mundo egoísta, quem desinteressadamente coopera é notado na multidão.
2. Saber o valor das novas tecnologias.
É fundamental para o Advogado Criminalista do futuro (como já é para o Advogado do presente) reconhecer o valor das novas tecnologias, as quais podem ser empregadas de diversas formas: videoconferências, marketing de conteúdo por meio das redes sociais, utilização de arquivos em nuvem etc.
Como é sabido, atualmente, tempo é mais relevante que dinheiro. Assim, as tecnologias já existentes e aquelas que forem desenvolvidas ajudarão consideravelmente na gestão do tempo do Advogado.
Hoje, dependendo do Estado, já é necessário ter algum conhecimento tecnológico para conseguir utilizar os – ainda falhos – sistemas de processos eletrônicos. Futuramente, é possível que as audiências sejam realizadas apenas por videoconferência, sem que os Advogados precisem sair de seus escritórios.
Aliás, as videoconferências são uma forma muito eficaz de realizar reuniões para a formação de parcerias ou atendimentos a clientes sem que se perca tempo com deslocamentos.
O Advogado Criminalista do futuro precisará fazer suas peças processuais em editores de textos que tenham sincronização online, utilizando arquivos em nuvem. Caso não o faça, perderá potenciais momentos de produtividade, como filas e trânsito.
Por fim, quanto ao marketing de conteúdo por meio de redes sociais, o Advogado do futuro que produzir um conteúdo de qualidade conseguirá progredir exponencialmente na carreira. É simples: as redes sociais utilizam algoritmos que fazem com que o conteúdo escrito chegue a alguém que tenha interesse nesse conteúdo. Logo, quanto mais isso é aperfeiçoado, melhor se observa uma forma de marketing ético e eficaz que é muito mais exitosa que publicações genéricas em jornais ou revistas não segmentadas.
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