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Evinis Talon

Quando começar a estudar para o exame da OAB?

04/12/2019

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Uma das mensagens que mais recebo é: “sou estudante do X semestre da graduação de Direito e gostaria de saber se já está na hora de começar a estudar para o exame da OAB”.

Inicialmente, devo salientar que, conforme publiquei no Instagram, não pretendo continuar falando sobre exame da OAB e concursos públicos, pois já tem um tempo significativo desde a minha aprovação nesses certames. Entendo que é melhor deixar esse tema para aqueles que tenham passado pelas avaliações recentemente. Além disso, já falei sobre o assunto em vários textos e vídeos (clique aqui).

Contudo, acrescentarei algo que vai além da realização de provas.

Prova e estudos específicos

Assim, a primeira dica é: se possível, faça a prova ainda durante a graduação, mesmo que não se sinta preparado.

Além disso, a sugestão é que comece a estudar especificamente para o exame da OAB cerca de 6 meses a um 1 ano antes da prova. Quando me refiro ao estudo específico, incluo a realização de simulados, a análise de provas anteriores (das duas fases), a leitura de materiais específicos e de provas comentadas, além de outros materiais que tenham foco no exame da OAB.

Minha experiência

Quando fiz o exame da OAB, estava no meio do concurso para Defensor Público do Rio Grande do Sul, no qual fui aprovado. Dessa forma, aproveitei o estudo para o concurso e consegui realizar as duas fases do exame da OAB com enorme tranquilidade.

Assim, sobre o momento para começar a estudar especificamente para algo, devo regredir um pouco. Quando comecei a estudar para a primeira fase do concurso de Defensor Público?

De forma específica, comecei a estudar um mês antes, quando tomei ciência da abertura das inscrições e realizei a minha inscrição (exatamente na última semana do prazo).

De modo afobado, alguém pode pensar que disse acima que passei no concurso da Defensoria com apenas um mês de estudos. Contudo, não é nada disso.

Tive um mês de estudo específico para a prova objetiva, fazendo provas anteriores, pesquisando os examinadores, lendo as leis especiais (federais e estaduais) da Defensoria Pública etc. Entretanto, o estudo começou muito antes.

Nesse ponto, a nova dica é: para a vida, comece a estudar AGORA. O certo seria ter começado ontem, semana passada ou há alguns anos, mas como não é possível voltar no tempo, comece agora. Não na segunda-feira ou no primeiro dia de determinado mês. Agora mesmo!

Voltando ao concurso para Defensor Público.

O início da minha rotina pesada de estudos foi no início da graduação. No primeiro semestre, tomei ciência da seleção para conciliador do Juizado Especial Cível de Campos dos Goytacazes/RJ. Fui selecionado e comecei imediatamente.

Naquele momento, na faculdade, ainda estudava as disciplinas iniciais: Economia, Sociologia, Filosofia, Introdução ao Estudo do Direito etc. Estudaria Direito Processual Civil e a Lei 9.099/95 somente dois ou três semestres depois. Nem mesmo tinha estudado Teoria Geral do Processo até aquele momento.

Dessa forma, comecei a estudar, com grande afinco, as disciplinas que seriam necessárias para uma atuação séria como conciliador do Juizado Especial Cível. Sem esperar o ritmo da faculdade, peguei sinopses (para ter uma visão geral) e livros sobre Direito Civil (principalmente a parte de responsabilidade civil, que aparece diariamente no JEC), Direito Processual Civil e Lei 9.099/95.

A segurança para conduzir as audiências de conciliação me animou a continuar estudando no meu ritmo, sem esperar que os professores da faculdade lecionassem cada conteúdo. Assim, antes do quarto semestre, já tinha visto, ainda que superficialmente, quase tudo de Direito Constitucional, Administrativo, Penal, Civil etc.

Com isso, fui aprovado em primeiro lugar na seleção de estagiários do Ministério Público Federal quando ainda estava no quarto semestre, mesmo sendo uma seleção de estudantes do quinto ao nono semestre. Por sorte, o estágio começou alguns meses depois, quando já estava matriculado no quinto semestre.

Essa antecipação dos estudos também foi imprescindível para a minha aprovação no concurso de Defensor Público em todas as fases quando ainda era estudante de Direito (veja aqui). Passei na prova objetiva durante o oitavo semestre da graduação. Em seguida, fui aprovado nas provas dissertativa e oral durante o nono semestre. Por fim, passei na prova de tribuna no início do décimo semestre.

Aliás, quando fiz a prova objetiva, ainda não havia estudado na faculdade algumas disciplinas, como Direito Processual Penal, Direito de Família, Sucessões e outras disciplinas. Entretanto, já havia lido vários livros sobre esses temas.

Tudo que fiz após a inscrição no concurso de Defensor Público foi revisar a matéria que já havia estudado e ler pela primeira vez as leis e os tratados internacionais que ainda não tinha lido. Esse foi o meu estudo específico para o concurso.

Quando começar a estudar?

Destarte, a dica é muito simples: para a vida, comece a estudar agora, mesmo se não souber o que pretende fazer no futuro. Esteja preparado! O tempo de estudo nunca será jogado fora. Ninguém se arrepende por ter estudado mais que o necessário.

Se ainda estiver no início da faculdade, ainda cheio de dúvidas sobre o futuro, comece a estudar. Estude muito! No futuro, quando precisar, poderá dedicar-se a um estudo específico para o exame da OAB, para algum concurso ou para a Advocacia.

Especificamente para o exame da OAB, comece a estudar (ou revisar) cerca de 6 meses a um ano antes da prova, utilizando toda a bagagem intelectual reunida ao longo dos anos anteriores.

Veja também:

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Siga o meu perfil no Instagram (clique aqui). Sempre que possível, vejo as mensagens no direct.

Evinis Talon é Advogado Criminalista com atuação no Brasil inteiro, com 12 anos de experiência na defesa penal, professor de cursos de mestrado e doutorado com experiência de 11 anos na docência, Doutor em Direito Penal pelo Centro de Estudios de Posgrado (México), Doutorando pela Universidade do Minho (Portugal – aprovado em 1º lugar), Mestre em Direito (UNISC), Máster en Derecho Penal (Universidade de Sevilha), Máster en Derecho Penitenciario (Universidade de Barcelona), Máster en Derecho Probatorio (Universidade de Barcelona), Máster en Derechos Fundamentales (Universidade Carlos III de Madrid), Máster en Política Criminal (Universidade de Salamanca), especialista em Direito Penal, Processo Penal, Direito Constitucional, Filosofia e Sociologia, autor de 7 livros, ex-Defensor Público do Rio Grande do Sul (2012-2015, pedindo exoneração para advogar. Aprovado em todas as fases durante a graduação), palestrante que já participou de eventos em 3 continentes e investigador do Centro de Investigação em Justiça e Governação (JusGov) de Portugal. Citado na jurisprudência de vários tribunais, como TRF1, TJSP, TJPR, TJSC, TJGO, TJMG, TJSE e outros.

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