Como está o mundo jurídico?
Se o mundo já está um caos, imagine um ambiente altamente competitivo em que, pela necessidade de resultado (em processos, concursos etc.), há partes vencedoras/aprovadas e perdedoras/reprovadas. Esse é o mundo jurídico.
A área jurídica vive uma época estranha e sombria. Temos muitos cursos de direito, mas pouca qualidade no ensino. Há mais de um milhão de Advogados e um número assustador de bacharéis, mas muitas pessoas são defendidas, acusadas ou julgadas por profissionais incompetentes, desqualificados ou desinteressados.
Um percentual altíssimo de estudantes de Direito sonha tomar posse em algum cargo público, mas há poucas vagas nos concursos, o que faz com que muitos permaneçam na Advocacia de forma frustrada. Por outro lado, quem passa em um concurso público pode ficar frustrado pelo excesso de trabalho e apenas se apegar à estabilidade do cargo público, deixando de pedir a desejada exoneração.
Nas faculdades, os professores são quase coagidos a ensinarem para aumentar o número de aprovações em concursos e no exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
Os livros resumidos e facilitados estão prosperando. Basta olharmos a seção jurídica de uma livraria para vermos que livros mais complexos estão em extinção.
Os concursos, por sua vez, não pretendem selecionar vocacionados, mas apenas quem decora a maior quantidade possível de prazos legais e teorias que estão apenas na mente do examinador, como a malfadada “teoria da graxa”.
A situação é caótica! Livros e cursos de Direito são voltados quase que exclusivamente para concursos públicos. Quem quer advogar deve desenvolver estudos paralelos aos da faculdade. O desejo de seguir uma carreira acadêmica também não é algo que recebe incentivos de todas as faculdades, haja vista a ausência de programas científicos ou, quando existentes, a falta de publicidade entre os alunos.
De qualquer forma, como em qualquer área, os problemas geram soluções e oportunidades para quem estiver disposto a trabalhar de forma séria, ética e dedicada.
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