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Evinis Talon

TJAM: Juíza da 2.ª Vecute condena 4 policiais civis a 14 anos de reclusão e perda do cargo público

22/03/2023

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Notícia publicada no site do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), no dia 21 de abril de 2020 (leia aqui).

A Juíza titular da 2.ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (2.ª Vecute), Rosália Guimarães Sarmento, julgou a Ação Criminal n.º 0217453-09.2018.8.04.0001 e condenou os policiais civis Jerônimo Martins da Silva Filho; Arthur Pereira Lima; Valdick da Silva Hernandes e Raimundo Acatuassu Dantas da Costa, presos na “Operação Espinhel” deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Amazonas.

Os policiais civis foram condenados pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e corrupção passiva.

Jerônimo Martins da Silva Filho; Raimundo Acatuassu Dantas da Costa; Arthur Pereira Lima e Valdick da Silva Hernandes foram condenados a 14 anos de reclusão, cada um, devendo a pena ser cumprida em regime inicialmente fechado.

A magistrada também determinou na sentença a perda do cargo na Polícia Civil do Estado do Amazonas dos quatro policiais condenados.

No mesmo processo a magistrada condenou Edmilson Lopes Gonçalves a 23 anos de prisão em regime fechado.

O processo foi um desmembramento da Ação Penal nº: 0262879-25.2010.8.04.0001, tendo em vista a existência de 17 réus envolvidos, decorrentes da “Operação Espinhel”, da Polícia Civil do Estado do Amazonas.

A “Operação Espinhel” consistiu em uma investigação policial que teve início no ano de 2010, por iniciativa da antiga Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai), após a constatação, por interceptações telefônicas, de que alguns grupos criminosos voltados à prática do tráfico de drogas cooptariam membros da própria Polícia Civil que, semanalmente, ligavam para traficantes famosos para combinarem o recebimento de propina, sendo o pagamento realizado sempre em dinheiro em mãos, em dia e hora previamente ajustados entre os policiais e os traficantes.

A “Operação Espinhel” teve sua origem ligada ao “Caso Wallace”, quando tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público formaram, cada qual no seu âmbito de atuação, uma força-tarefa para desvendar os inúmeros crimes que começaram a ser descobertos após a prisão em flagrante de Moacir Jorge da Costa, o “MOA”.

A confirmação de que agentes públicos (policiais civis e militares e, até mesmo, parlamentares amazonenses) estariam envolvidos com o tráfico de drogas que começava a se alastrar com intensidade em Manaus fez com o Delegado-Geral designasse uma equipe de delegados para investigar as denúncias que começavam a se multiplicar rapidamente.

Várias representações foram apresentadas ao Poder Judiciário e inúmeras escutas telefônicas foram deferidas pelo então juiz titular da 2.ª Vecute, o Dr. Mauro Anthony.

A “Operação Espinhel”, resultado dessas forças-tarefas da PC e do MP, ainda se desdobrou em novas investigações, como as “Operações Espinhel 1 e Espinhel 2″; “Operação 40 Graus”; “Operação Mercúrio” e outras, cujo objetivo era a investigação de vários grupos criminosos estabelecidos em Manaus que, de acordo com as investigações da inteligência da Polícia Civil, se alinhavam para o cometimento do crime de tráfico de drogas, bem como de outros crimes correlatos.

O envolvimento de agentes da Polícia Civil e Militar do Estado do Amazonas, bem como de políticos de grande influência no cenário político amazonense, muitos deles já condenados em primeira instância, foi o que ocasionou a deflagração da megaoperação (“Operação Espinhel”) que tem resultado em sucessivas condenações e perda de cargos públicos pelos agentes condenados.

Outras ações penais, todas desmembradas dessas investigações, ainda estão em tramitação na 2.ª Vecute e devem ser sentenciadas em breve.

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Evinis Talon é Advogado Criminalista com atuação no Brasil inteiro, com 12 anos de experiência na defesa penal, professor de cursos de mestrado e doutorado com experiência de 11 anos na docência, Doutor em Direito Penal pelo Centro de Estudios de Posgrado (México), Doutorando pela Universidade do Minho (Portugal – aprovado em 1º lugar), Mestre em Direito (UNISC), Máster en Derecho Penal (Universidade de Sevilha), Máster en Derecho Penitenciario (Universidade de Barcelona), Máster en Derecho Probatorio (Universidade de Barcelona), Máster en Derechos Fundamentales (Universidade Carlos III de Madrid), Máster en Política Criminal (Universidade de Salamanca), especialista em Direito Penal, Processo Penal, Direito Constitucional, Filosofia e Sociologia, autor de 7 livros, ex-Defensor Público do Rio Grande do Sul (2012-2015, pedindo exoneração para advogar. Aprovado em todas as fases durante a graduação), palestrante que já participou de eventos em 3 continentes e investigador do Centro de Investigação em Justiça e Governação (JusGov) de Portugal. Citado na jurisprudência de vários tribunais, como TRF1, TJSP, TJPR, TJSC, TJGO, TJMG, TJSE e outros.

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